terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Milhares de peixes podem ter morrido por contaminação no Pantanal, admite PMA

MidiamaxNews
Celso Bejarano

Um grupo da PMA (Polícia Militar Ambiental) voou no início da tarde desta segunda-feira para o rio Negro, perto de Aquidauana, cidade distante 100 km de Campo Grande, onde desde o dia 26 passado, milhares de espécies de peixes têm aparecido mortos.
Há a possibilidade de o episódio ter relação com a dequada, fenômeno natural que tira o oxigênio da água no período que separa a cheia da seca. Isto ocorre a cada seis meses na região do Pantanal.
No entanto, dado ao volume de peixes achados boiando as margens do rio, tanto os moradores da região quanto os policiais desconfiam que as mortes possam ter sido influídas por algum produto químico jogado na água. No caso, algum agrotóxico.
Essa hipótese será estudada a partir de análises feitas nas espécies achadas, segundo o major da PMA, Carlos Matoso, em entrevista exibida pela TV Morena, filiada da Rede Globo.
O resultado do exame deve ficar pronto numa semana, segundo cálculo do oficial. Os peixes foram achados mortos num trecho do rio perto da fazenda Rio Negro, que ficou famosa entre o fim da década de 80 e início da década de 90 por ela ter aparecida na novela Pantanal.
O administrador de fazenda Urbano Vilalba, morador da região há pelo menos três décadas, disse ao site Pantaneiro, que jamais tinha visto tanto peixe morto e, por isso, ele não crê que a mortandade tenha sido provocada pela dequada.
O fenômeno conhecido como dequada surge no ciclo de cheia e da seca dos rios. No Pantanal é assim: metade do ano, cheia; noutra metade, seca. Estudiosos no assunto afirmam que a vegetação aquática morre e no lugar dela aparece a vegetação terrestre.
O Pantaneiro

Quando começa o período da cheia, a vegetação, tanto aquática quanto terrestre, entra em decomposição e essas matérias consomem mais oxigênio.
Entre os peixes achados boiando no rio é possível ver das espécies pacús e pintados de até dez quilos.

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