sexta-feira, 27 de março de 2009

PF investiga doação da Camargo Corrêa a candidatos de MS

Ângela Kempfer
As investigações sobre financiamento de campanha pela construtora Camargo Corrêa, em troca de obras públicas, chegaram ao Mato Grosso do Sul. A Polícia Federal já verificou doações feitas para Maria das Dores de Oliveira Viana, candidata do PT derrotada à prefeitura de Deodápolis e ao ex-prefeito Rio Verde, Mário Alberto Kruger – do PPS, ambos teriam recebido R$ 20 mil, relata o Jornal O Globo.

A empresa e políticos são acusados de se beneficiar com desvio de recursos públicos para custar de forma ilegal a disputa em municípios de todo o País, com envolvimento de sete partidos, por enquanto.

O caso é investigado pela Polícia Federal na Operação Castelo de Areia, que prendeu 10 pessoas na quarta-feira, entre empresários e políticos.

As doações feitas no Estado até agora são consideradas “café pequeno” diante de repasses que chagaram a R$ 500 mil, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O maior valor descoberto até agora foi à candidata a prefeitura de Curitiba, no Paraná, Gleisi Hoffmann, que perdeu para o tucano Beto Richa. Gleisi recebeu R$ 150 mil no dia 30 de julho, outros R$ 150 mil no dia 22 de agosto e mais R$ 200 mil no dia 29 do mesmo mês.

O eleito Beto Richa também recebeu dinheiro da construtora durante as eleições. A Camargo Corrêa, responsável pela construção da Linha Verde, principal obra viária de Curitiba, que liga o norte ao sul da cidade, e a Construtora Triunfo doaram cada uma R$ 300 mil para a campanha do tucano.

De acordo com o Ministério Público Federal, entre os partidos que teriam recebido dinheiro por fora, em doações ilegais, estão PPS, PSB, PDT, DEM, PP, PMDB e PSDB.

Os partidos garantem que a doação foi feita obedecendo a legislação em vigor. Só em 2006, a Camargo Corrêa doou R$ 6,9 milhões e em 2008, ficou novamente entre as maiores doadoras em campanhas políticas.

As suspeitas de “troca de favores” começaram diante de levantamento que mostrou que R$ 129 milhões do PAC ( Programa de Aceleração do Crescimento) foram repassados à construtora nos últimos três anos.

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