sábado, 5 de junho de 2010

Restrições para apoiar Serra leva Puccinelli a Brasília

MidiamaxNews
Valdelice Bonifácio

O governador André Puccinelli (PMDB) disse hoje, ao encerrar evento no Parque de Exposições Laucídio Coelho, em Campo Grande, que vai a Brasília na semana que vem, provavelmente, na terça-feira ou quarta-feira. A agenda é ampla, mas um dos compromissos é político e urgente. Vai procurar o presidente da Câmara Federal, Michel Temer (PMDB) para tratar das eleições deste ano.

O governador não detalhou o que quer dizer a Temer, mas já havia dado pistas de que pretende discordar da tentativa da cúpula nacional de restringir o apoio dos governadores ao presidenciável do PSDB, José Serra.

Inicialmente, Temer era aguardado em evento na próxima segunda-feira, dia 7, em Nova Andradina. Mas, já comunicou ao governador, por telefone, na quarta-feira passada, que não virá mais. Assim, só restou ao governador ir até ele para tentar resolver a situação.

Puccinelli não gostou de saber que o PMDB tenta através de uma consulta do deputado Eduardo Cunha (RJ/PMDB) ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) restringir a participação de governadores do PMDB na campanha de Serra. A cúpula quer evitar que Serra ocupe oficialmente, o palanque de governadores do PMDB.

Para o PMDB, os diretórios estaduais podem até se coligar com partidos de oposição nos Estados. Mas não podem fazer a campanha de Serra. É isso que se tenta arrancar do TSE por meio de consulta. Partindo deste princípio, os diretórios estariam proibidos de levar o nome de Serra ao horário de rádio e TV do partido. Tampouco poderiam mencioná-lo nas publicações de campanha. A propaganda eletrônica e impressa teria de prestigiar a chapa nacional: Dilma-Temer.

No início desta semana, o governador já havia dito que o PMDB de Mato Grosso do Sul não aceitaria quieto a tentativa de restrição. “Se houver fechamento [nacional] nos insurgiremos”, afirmou durante entrevista coletiva.

Conforme o governador, “insurgir” quer dizer votar contra a orientação nacional na convenção do partido. O PMDB nacional depende dos votos dos diretórios estaduais para aprovar a aliança com o PT. O diretório de MS até concorda em votar pela aliança com os petistas nacionalmente, desde que fique livre para apoiar José Serra no Estado.

Campanha no chão

O PSDB de Mato Grosso do Sul já traçou uma estratégia para o caso de o PMDB conseguir restringir a aliança entre Puccinelli e o presidenciável tucano. “Vamos fazer juntos a campanha no chão (...) O importante é as bases estarem engajadas”, informou, nesta semana, o presidente regional do PSDB, deputado estadual Reinaldo Azambuja.

Mas, hoje, ainda no Laucídio Coelho, o governador fugiu de falar sobre a hipótese da cúpula de seu partido ouvir do TSE a resposta que busca. “Não falo sobre hipóteses. Se a vinculação vigorar, nós falaremos quando ela vigorar”, informou.

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