domingo, 13 de setembro de 2015


Destino de onça-parda capturada em MS será definido nos próximos dias

Onça foi encontrada neste domingo (13) em uma casa em Naviraí.
Segundo PMA, CRAS da capital cuidará de destino do felino.

Do G1 MS

O destino da onça-parda que "movimentou" uma casa em Naviraí, a 359 km de Campo Grande, será decidido nos próximos dias pelo Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) da capital sul-mato-grossense. Segundo o major da Polícia Militar Ambiental (PMA), Ednilson Queiroz, “o CRAS vai até o local onde a onça está e eles decidem se ela vai ser solta, e como e onde vai ser realizada a soltura”.
A visitante ilustre foi capturada na manhã deste domingo (13) e levada para a fazenda Green Farm CO2 Free, localizada à margens do rio Amambai e distante 27 quilômetros de Naviraí. Segundo o major da PMA, no local há um centro de reabilitação e veterinários para darem apoio e realizarem os primeiros atendimentos no animal.
Onça é encontrada em despensa e é capturada em MS (Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros)Onça é encontrada em despensa e é capturada em
MS (Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros)
Ao G1, o Corpo de Bombeiros informou que o animal, um adulto macho, estava na despensa, que fica na parte externa do imóvel.
O felino foi encontrado por volta das 5h (de MS) por um morador da residência. Ele não soube identificar que animal era e acionou o Corpo de Bombeiros. Ao chegar, os militares constataram que era uma onça.
A área onde o animal estava foi isolada e os moradores deixaram a casa por segurança. Um dardo tranquilizante teve de ser trazido de Itaquiraí, a 48 km de Naviraí, para capturar a onça. Por isso, o resgate durou três horas e meia (assista ao vídeo da captura acima).
Ainda conforme os bombeiros, o animal pode ter vindo da região do rio Amambai, fugindo da cheia. No momento da captura ele estava bastante assustado e foi levado pela PMA sem ferimentos para a fazenda.

CLIQUE E ASSISTA O VÍDEO:

http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2015/09/destino-de-onca-parda-capturada-em-ms-sera-definido-nos-proximos-dias.html
 
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sábado, 12 de setembro de 2015

Sábado será de chuva forte no Sudeste, frio no Sul e sol em parte no Nordeste

Agência Brasil
Após uma semana de chuvas acima da média esperada para o período, a previsão do tempo para São Paulo neste sábado é de precipitações em áreas isoladas no leste, norte e nordeste do estado. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), uma névoa seca vai ocupar o centro, oeste e sul do estado.
Para os outros estados do Sudeste, a previsão é de céu nublado a encoberto com pancadas de chuva forte em áreas isoladas de Minas Gerais, no sul e na capital do Espírito Santo e no Rio de Janeiro.
No Sul, uma massa de ar frio vai fazer as temperaturas caírem em grande parte da região A previsão é de temperatura baixa no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no sul e sudoeste do Paraná. Há possibilidade de geada em pontos isolados da região. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a temperatura máxima prevista para a região é de 23 graus Celsius (ºC) para o norte do Paraná e pode chegar à mínima de -2°C nas áreas de serra.
Há possibilidade de chuva na faixa litorânea da região Nordeste, entre o sul da Bahia e o leste do Rio Grande do Norte. Também estão previstas pancadas de chuva ao norte do Maranhão. Nas demais áreas da região, o dia será de sol.
Na Região Centro-Oeste, haverá predomínio de sol no extremo sul e norte de Mato Grosso e o dia será nublado com pancadas de chuva no sudeste do Mato Grosso, nordeste de Mato Grosso do Sul, centro-sul de Goiás e no Distrito Federal. Nas demais áreas da região a previsão é de sol e poucas nuvens. A temperatura máxima é de 42°C no norte do Mato Grosso e mínima de 6°C no sul do Mato Grosso do Sul.
A previsão para o Norte é de pancadas de chuva à tarde no norte e oeste da região e de sol com poucas nuvens nas demais áreas. A máxima prevista para a região é de 40°C no leste do Amapá e a mínima é de 18°C no sul do Pará.
Tags: chuva, Previsão, regiões, Rio, Tempo

sexta-feira, 11 de setembro de 2015


Líder diz que governo anunciará corte de ministérios na semana que vem

Delcídio do Amaral (PT-MS) diz que 'inicialmente' fala-se em cortar dez pastas.
Senador afirmou que reforma administrativa começará nesta sexta (11).

Do G1, em Brasília
 
O líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), informou nesta quinta-feira (10) que o Palácio do Planalto deve anunciar o corte de dez ministérios na próxima semana. De acordo com o senador, o governo deve iniciar, já nesta sexta-feira (11), uma série de medidas de caráter administrativo para reduzir gastos, "enxugar" sua estrutura, reduzir custos com ministérios e revisar contratos e serviços.
"[Corte de ministérios será] para semana que vem. Inicialmente, [ministros] falaram em dez. Mas, por exemplo, o Banco Central deixar de ser ministério vai ser trocar seis por meia dúzia. Aparentemente, o que eu estou sentindo, é que o governo vai apresentar medidas de maior profundidade", afirmou Delcídio.
O líder governista afirmou que a reforma ministerial está sendo tratada pessoalmente pela presidente Dilma Rousseff. Ele reforçou que o corte deve ser conversado com os partidos da base aliada que comandam algumas pastas "para não ter nenhum tremor de terra pelo caminho".
Em conversa com jornalistas, Delcídio reconheceu, porém, que a redução do número de ministérios nem sempre implica redução de gastos. "Mas tem um simbolismo grande também. Então, as medidas são fortes do ponto de vista de déficit e medidas também que tem um simbolismo importante, porque as pessoas compreendem que o governo está tomando as medidas necessárias para dar o exemplo", explicou o senador.
Reforma administrativa
Em agosto, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, anunciou que o governo federal avalia fazer uma reforma administrativa que deverá cortar 10 dos atuais 39 ministérios. Além do enxugamento das pastas, o Executivo federal pretende fazer uma "racionalização da máquina pública", com redução de secretarias e até integração de órgãos públicos.

A reforma anunciada por Barbosa deverá seguir cinco diretrizes: corte no número de ministérios; redução do número de secretarias e órgãos dentro dos ministérios; redução dos gastos de manutenção; corte de cargos comissionados; e a venda de imóveis da União que sejam considerados desncessários.
"A partir de amanhã o governo já começa a anunciar as primeiras decisões de caráter administrativo. [...] Primeiro as medidas relativas a serviços. O Ministério do Planejamento já fez vários estudos com relação a redução de custeio. E aí vai desde terceirização, contratação de transporte, despesa básicas que pautam o dia a dia de qualquer ministério. E também a reestruturação dos ministérios", disse o senador.
Delcídio afirmou ainda que as "medidas de fundo", que são as decisões com maior impacto no orçamento federal, deverão ser anunciadas a partir da próxima semana. "Aí vem reavaliar os programas de governo, avaliar questões estruturais, avaliar aquelas obras que já estão na reta final, não começar coisas novas enquanto tem vários investimentos aí que estão sendo concluídos", disse.
O líder do governo informou também que, além das medidas para a redução de gastos, o Executivo deverá trabalhar em "questões transitórias que aumentem receitas e, consequentemente, fechem o orçamento".
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domingo, 6 de setembro de 2015

Ministério da Justiça autoriza envio da Força Nacional para MS

Alex Rodrigues
Da Agência Brasil
  • Valter Campanato/Agência Brasil
    21.mai.2015 - Um grupo de 53 indígenas do Mato Grosso do Sul protestam contra a revisão de terras que já estavam demarcadas 21.mai.2015 - Um grupo de 53 indígenas do Mato Grosso do Sul protestam contra a revisão de terras que já estavam demarcadas
A  pedido do governo do Mato Grosso do Sul, o Ministério da Justiça autorizou o envio da Força Nacional para a região de Mato Grosso do Sul, conhecida como Cone Sul do estado, próxima à fronteira com o Paraguai. Os militares atuarão em cidades como Amambaí, Aral Moreira e Coronel Sapucaia. Esta última foi palco do mais recente confronto entre índios e produtores rurais.
Nessa quarta-feira (24), um grupo de cerca de 30 fazendeiros, dispostos a retomar uma fazenda ocupada na segunda-feira (22), expulsaram cerca de 50 índios guarani e kaiowá que estavam acampados no local.
Segundo o ministério, parte do efetivo já foi deslocado para a região. O restante da tropa chegará no fim de semana. O foco da ação é ajudar, por tempo indeterminado, na "preservação da ordem pública, segurança das pessoas e do patrimônio, a fim de restabelecer a paz e a tranquilidade pública na região".
A operação já foi desenvolvida na região de Dourados, onde, desde 1º de julho de 2011, a Força Nacional apoia as forças locais no policiamento ostensivo, a fim de evitar conflitos entre indígenas e não índios. O efetivo deslocado para o Cone Sul não foi informado por questões de segurança.
O Ministério Público Federal (MPF) e o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, Paulo Pimenta (PT-RS), também já tinham recomendado que o Ministério da Justiça autorizasse o emprego da Força Nacional no Cone Sul. O procurador da República em Ponta Porã (MS), Ricardo Pael Ardenghi, está acompanhando a situação de perto desde a ocupação da Fazenda Madama, na segunda-feira. Já Pimenta, visitou a região ontem, após o confronto entre índios e produtores rurais.

Omissão do governo agrava tensão

Em nota divulgada hoje (26), pelo MPF, o procurador da República afirma que a omissão do governo federal em demarcar as terras indígenas contribuem para agravar o clima de tensão na região. "A situação indígena no estado é grave e tem sido negligenciada pelo Poder Público", afirma Ardenghi, na nota
"O processo demarcatório de áreas indígenas no estado, fruto de um Termo de Ajuste de Conduta [TAC] entre Funai e MPF, está paralisado desde meados de 2013, quando o ministério instaurou uma mesa de negociações. O processo não avançou na resolução de nenhuma das dezenas de áreas em disputa no estado, entre índios e fazendeiros, e ainda paralisou o estudo de identificação das demais áreas", diz o procurador, criticando a demora na autorização do emprego da Força Nacional.
Nesta terça-feira (23), o ministro da Justiça, José Eduardo Carzodo, negou que o Poder Executivo esteja negligenciando a obrigação constitucional de demarcar e reconhecer as terras indígenas. "Não paramos as demarcações", disse o ministro. "Ninguém está postergando nada. Estamos discutindo soluções. E, recentemente, o Supremo Tribunal Federal derrubou três portarias do ministério demarcando terras indígenas, justamente porque, na época, não foram feitas as devidas negociações. Radicalismo gera morte e conflitos. A mediação é o caminho", disse o ministro.
Para o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Paulo Pimenta, que visitou a área nesta quinta-feira (25), os indígenas são "vítimas de um processo moroso", que se arrasta há anos. "Morosidade e impunidade provocam maior instabilidade".
Segundo o parlamentar, o ataque do grupo de fazendeiros aos índios que ocuparam a Fazenda Madama interrompeu um processo de negociação conduzido pelo procurador Ricardo Pael. A versão foi confirmada à Agência Brasil pelo assessor de comunicação do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), sargento Júlio Cesar Teles Arguelho.
Na quarta, ao ser entrevistado pela Agência Brasil, o sargento explicou que os quatro policiais do DOF que estavam na fazenda, no momento em que os fazendeiros chegaram, estavam ajudando na retirada do gado e de pertences do proprietário da fazenda, conforme combinado na véspera com o dono da fazenda. Por volta do meio-dia, a guarnição foi surpreendida pela chegada de uma carreata com dezenas de veículos, um deles dirigido por um arrendatário de parte da área.
Tanto a nota do MPF, quanto o deputado, confirmam que os índios que tinham ocupado a Fazenda Madama. Eles estavam assustados e reclamavam do desaparecimento de uma mulher e duas crianças, de 11 e de 10 anos. No entanto, segundo Pimenta, a mulher e o menino de 11 anos já foram localizados.
As informações sobre a outra criança ainda são desencontradas. Os guaranis e kaiowás alegam que a Fazenda Madama está em uma área antes ocupada por seus antepassados e exigem do governo o reconhecimento de seu território.

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quinta-feira, 3 de setembro de 2015

'Vamos permanecer, nem que queiram matar todos', diz líder indígena
 
Índios do MS e do RS realizaram protestos em Brasília por demarcação de suas terras em agosto
Publicado 03/09/2015 16:24:29

O governo federal deslocou tropas do Exército para a área de conflito nesta terça-feira, mas o clima permanece tenso na região do município de Antônio João, onde cerca de mil índios ainda ocupam fazendas para pressionar pela conclusão da demarcação de terras que argumentam serem território indígena.

"Sim, nós vamos permanecer, nem que eles queiram matar todos nós aqui. Daqui a gente não sai", disse à BBC Brasil uma das lideranças indígenas, Inayê Gomes Lopes.

No sábado, fazendeiros armados expulsaram os ocupantes de duas fazendas (Fronteira e Barra), após conflitos violentos, segundo relatos de indígenas e do deputado federal Henrique Mandetta (DEM-MS), que presenciou a ação. Na ocasião, o índio Semião Fernandes Vilhalva foi encontrado morto, baleado, em um córrego dentro da fazenda Fronteira, uma das em que houve conflito.

Roseli Ruiz, proprietária da fazenda Barra, negou que seu grupo estivesse armado quando retomou a posse da propriedade e disse que os índios estavam destruindo sua casa.

"Eu pergunto para todo cidadão brasileiro: se entrar na sua casa, você vai ficar dando chazinho para a pessoa? Ela entra na sua casa, vai na sua cama, destrói tudo e você vai falar 'ô, meu Deus, vou chamar o direitos humanos'", questionou.

Segundo Mandetta, que presenciou o conflito na fazenda Barra, os índios não haviam causado danos à propriedade. Ele contou que estava em uma reunião com os produtores rurais, junto com o senador Waldemir Moka (PMDB) e a deputada Tereza Cristina (PSB), para discutir a situação quando Ruiz fez um relato emocionado e convocou todos a irem até a fazenda. De acordo com o deputado, as pessoas saíram em cerca de 60 caminhonetes, portando várias armas. Disse também ter visto um índio com uma espécie de espingarda.

"Estabeleci uma tentativa de diálogo de 40 minutos, num espaço muito tenso. Mas chegou uma hora que eles decidiram entrar com as caminhonetes. Aí foi uma batalha campal que durou de cinco a dez minutos. Teve tiro, pau, pedra. Os proprietários entraram na casa e os índios saíram", relatou.
"Uma situação de total ausência do Estado", resumiu.

'Saco cheio do Ministério da Justiça'
O Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, esteve nesta quarta-feira na capital Campo Grande, conversando com lideranças dos dois lados. Ele anunciou a criação de um grupo de mediação que discutirá a possibilidade de indenizar os fazendeiros para que seja concluída o processo de demarcação.

Cardozo afirmou ainda que as Forças Armadas permanecerão no local o tempo necessário para manter a ordem e que não serão toleradas ações violentas de nenhum dos lados - "seja na perspectiva de retomada de terras pelas Lideranças indígenas, seja na perspectiva de ações de reintegração de áreas que estão ocupadas". A Polícia Federal instaurou um inquérito para investigar a morte de Vilhalva.

Os índios haviam ocupado as fazendas no dia 21 de agosto, expulsando seus moradores.

"Nós já estamos de saco cheio do Ministério da Justiça, desse povo que só mentiu para nós até hoje. Nós não vamos dar um passo para trás. Chega, tolerância zero", disse à BBC Brasil Roseli Maria Ruiz, proprietária da fazenda Barra e presidente do sindicato rural local.

A área reivindicada pelos índios, de 9.300 hectares, foi demarcada e homologada pelo governo federal como Terra Indígena Ñande Ru Marangatu em 2005, no governo Lula. No entanto, os fazendeiros recorreram da decisão ao Supremo Tribunal Federal e conseguiram uma decisão liminar do ministro Nelson Jobim suspendendo a demarcação.

Atualmente, uma população de cerca de 1.300 guaranis kaiowá vive precariamente em cerca de 100 hectares, de acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi).

Com a aposentadoria de Jobim, a ação mudou de relator duas vezes e está desde 2010 nas mãos do ministro Gilmar Mendes. O caso nunca foi levado a plenário.

Na ação, os fazendeiros questionam a legalidade da demarcação, argumentando que não é o governo federal que deveria realizá-la, mas o Congresso Nacional.

Questionam também o parecer da Funai (Fundação Nacional do Índio) que classificou a região como área tradicional indígena, argumentando que as terras foram adquiridas ao longo de 142 anos. Já os indígenas argumentam que seus antepassados foram expulsos de suas terras quando da chegada dos fazendeiros.

Atualmente, tramita no Congresso uma proposta de emenda constitucional que tenta passar a prerrogativa de demarcar terras indígenas das mãos do Executivo para o Legislativo.

A chamada PEC 215 tem apoio dos parlamentares ruralistas e sofre resistência dos povos indígenas e de ambientalistas. A expectativa é que ela seja aprovada na Câmara, mas não passe no Senado.

'Tem que morrer para indenizar'
Um dos entraves para a resolução dos conflitos é a questão das indenizações, nota o deputado Madetta. A Constituição Federal prevê que, ao demarcar um território que é considerado tradicionalmente indígena, o Estado só precisa indenizar os fazendeiros pelas benfeitorias construídas, mas não pelo valor das terras.

Segundo Mandetta, o governo resiste a aceitar o pagamento das indenizações por temer que outros fazendeiros que já deixaram suas terras antes recorram à Justiça para serem compensados.

Outra proposta que tramita no Congresso, a PEC 71, busca alterar a Constituição para permitir o pagamento de indenizações para demarcações realizadas a partir de outubro de 2013. Seu texto foi aprovado ontem na Comissão de Constituição e Justiça e já pode ser levado ao plenário.

O texto prevê o pagamento das indenizações em dinheiro, o que, segundo Márcio Santilli, sócio fundador do Instituto Sócio Ambiental, pode ser um entrave para a liberação dos recursos, devido às restrições orçamentárias. Ele defende que as indenizações sejam pagas com títulos de dívida agrária, os mesmos usados nas desapropriações para reforma agrária.

"A gente teme um pouco essa lógica: tem que morrer gente para indenizar. Se não morrer gente, será que o governo vai liberar a grana? Não vemos um fluxo de indenização em dinheiro, vemos um fluxo melhor nas indenizações com títulos. A gente teme que esse seja um fator adverso nessas situações de conflito", afirma Santilli, que presidiu a Funai no governo Fernando Henrique Cardoso.

Ele crítica a lentidão do Estado em resolver a questão e argumenta que, no caso de terras que não foram griladas, ou seja, em que os fazendeiros possuem títulos de posse concedidos pela própria União, o governo teria poder de indenizar mesmo sem uma alteração da Constituição.
Leia mais: 'Quero devolver algo à minha comunidade', diz jovem índio que virou advogado

"A União fez e depois quer desfazer: pode ser paga uma indenização moral, por exemplo, no valor das terras. Ou ser feita uma desapropriação por interesse social", exemplificou.

Em Campo Grande, Cardozo indicou que o governo está disposto a negociar: "Qualquer indenização que por ventura for paga terá que ser feita nos termos da lei e dentro das condições orçamentárias que temos. Mas não estamos fechados a discutir caso a caso a situação que possa permitir a pacificação dos conflitos", disse.

De acordo com o Cimi, 15 lideranças indígenas foram assassinadas nos últimos dez anos no Estado do Mato Grosso do Sul em decorrência dos conflitos agrários e apenas um caso gerou um processo judicial, o assassinato do cacique Nísio Gomes, em 2011.
"A impunidade alimenta novas mortes", afirma Flávio Machado, coordenador do Cimi na região.

Fonte: BBC BRASIL

quarta-feira, 2 de setembro de 2015


Exército irá conter conflitos em Mato Grosso do Sul




Por Redação, com ABr – de Brasília:
Três dias após a morte do índio Simião Vilhalva, no município sul-mato-grossense de Antônio João, tropas do Exército iniciaram nesta terça-feira a Operação Dourados para conter o conflito entre grupos indígenas e produtores rurais. A ação ocorre inicialmente em quatro cidades do Estado: Antônio João, Aral Moreira, Bela Vista e Ponta Porã.

O conflito se intensificou no sábado no município de Antônio João, na fronteira do Brasil com Paraguai
O conflito se intensificou no sábado no município de Antônio João, na fronteira do Brasil com Paraguai
Atendendo à solicitação do governador Reinaldo Azambuja, a presidenta Dilma Rousseff autorizou o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, braço militar do Ministério da Defesa, a planejar e desenvolver ações de garantia da lei e da ordem nos próximos 30 dias nessas localidades.
De acordo com o Ministério da Justiça, o aparato militar envolverá o Exército e poderá contar também, caso haja necessidade, com tropas da Marinha e da Aeronáutica. Em documento encaminhado à presidenta Dilma, Azambuja ressaltou que o atual contingente da Polícia Militar e da Força Nacional de Segurança se tornou insuficiente diante do acirramento do conflito. O governo argumentou ainda que a disputa entre grupos indígenas e produtores rurais na região pode atingir “grandes proporções”.
O conflito se intensificou no sábado no município de Antônio João, na fronteira do Brasil com Paraguai, a 402 quilômetros (km) de Campo Grande, capital sul-mato-grossense. De acordo com governo do Estado, nove propriedades rurais foram ocupadas por grupos indígenas, o que provocou reação de produtores rurais.
Na segunada-feira, o governador Reinaldo Azambuja reuniu-se com representantes do Comando Militar do Oeste e autoridades de segurança pública para avaliar o agravamento do conflito. A partir do encontro, Azambuja formalizou o pedido ao governo federal para que o Exército atue na região.