Dilma diz a Delcídio que Puccinelli tem lhe assediado para fechar aliança em MS
(Wendell Reis e Cleber Gellio)
Delcídio afirma que Dilma apoiará a candidatura dele para o Governo do Estado
O senador Delcídio Amaral (PT) se reuniu com a presidente da República, Dilma Rousseff (PT), em Brasília. No encontro, que durou uma hora e trinta minutos, o senador e a presidente falaram sobre vários assuntos, incluindo a eleição em 2014, onde Dilma disputará a reeleição e Delcídio tentará ocupar o posto de governador de Mato Grosso do Sul.
O senador contou que a reunião foi muito produtiva e a presidente revelou que tem sido muito assediada pelo governador André Puccinelli (PMDB), que já fez várias propostas para unir o PT e o PMDB em Mato Grosso do Sul na próxima eleição.
Segundo Delcídio, a presidente ainda não definiu o que fazer e anunciou que está conversando para avaliar bem o que é melhor. “Ela vai ter uma postura muito discreta e equilibrada para não errar. A conversa foi bem enfática. Mas, não posso adiantar nada”, explicou o senador.
Embora Delcídio prefira manter o mistério em relação à posição de Dilma, o Midiamax apurou que a presidente ainda tem dúvidas quanto a fidelidade do governador André Puccinelli. A desconfiança ainda é reflexo da eleição de 2010, quando Puccinelli apoiou José Serra (PSDB). Na ocasião, o governador justificou que Zeca do PT impossibilitou a aliança, mas não convenceu a presidente.
Esta foi a terceira vez que o senador falou com Dilma neste ano. As duas primeiras conversas aconteceram por telefone, em janeiro e fevereiro. O senador revelou que não há dúvidas quanto ao apoio da presidente, que na avaliação dele, virá a Mato Grosso do Sul pedir votos para ele em 2014. “Não tenho dúvida nenhuma. Até pela relação próxima que nós temos”, comentou.
O senador Delcídio Amaral ponderou que ainda é cedo para falar em eleição de 2014. Ele diz que está se poupando e optando por agendas mais administrativas. O senador criticou a postura do governador André Puccinelli, que um dia diz que ele é o favorito e no outro fala que não é tão forte. “Ainda tem muita coisa pelo caminho. Mas, é preciso evitar declarações contraditórias. Tem que ter o mínimo de coerência”, concluiu.
Puccinelli já declarou que vai se reunir com a presidente Dilma Rousseff para discutir aliança para 2014. Ele contou que no último encontro voltou a dizer a Dilma que pretende lhe apoiar em 2014. “Brinquei que agora ela estava tal qual noiva. Queria saber se ela estava com cravo branco na lapela lá no altar da igreja. Eu disse que estava batendo na porta e a porta da igreja estava fechada e eu queria entrar”.
A aliança entre o PMDB e o PT é esperada por filiados dos dois partidos. Porém, a união das siglas que por muito anos foram rivais em Mato Grosso do Sul têm como empecilho lideranças que não aceitam a aliança. Nelsinho Trad (PMDB) é um dos que resiste a chapa. Interessado em disputar o governo, ele diz que os eleitores não aceitariam uma aliança entre as siglas. O pensamento de Nelsinho é compartilhado por muita gente que discorda da união, considerada suicídio para a candidatura dos dois partidos. Há quem avalie que a dobradinha pode entregar o Governo do Estado de bandeja para Reinaldo Azambuja (PSDB).