sexta-feira, 14 de setembro de 2012

'Vi a bala parar na minha frente', diz dono de lotérica assaltada em MS (Postado por Lucas Pinheiro)

 A Polícia Civil em Batayporã, a 306 km de Campo Grande está à procura de um homem suspeito de tentar assaltar uma casa lotérica. Na ação, ele atirou contra o vidro de proteção do caixa , depois que o proprietário do estabelecimento, de 26 anos, se recusou a entregar o dinheiro. “Eu lembrei que o vidro era blindado, não tinha ninguém no local e eu não ia entregar de mão beijada., aí eu disse: atira”, disse ao G1, nesta quinta-feira (13).

O assalto aconteceu na quarta-feira (12), por volta das 13h30 (horário de MS). O comerciante, que preferiu não ter o nome divulgado, disse que o suspeito entrou na lotérica, sentou-se em uma cadeira e aguardou a saída dos clientes. Em seguida, apontou a arma para o comerciante, exigindo que ele entregasse o dinheiro do caixa.

 Com a recusa do comerciante, o tiro foi disparado e trincou o vidro. “Na hora do tiro não me escondi, vi a bala parar na minha frente”. Em seguida, ele lembra que começou a gritar, pedindo ajuda e fazendo com que o suspeito fugisse.

O proprietário da lotérica disse que não esperava que ele atirasse, mesmo depois da provocação. “Achei que estava blefando”.

O delegado Luiz Quirino, responsável pela investigação, disse que este suspeito já foi identificado e está sendo procurado. Testemunhas relataram que outro homem participou da tentativa de roubo e aguardava do lado de fora, em uma motocicleta. Esta pessoa ainda não teria sido identificada.

A orientação da polícia é que as vítimas não reajam a assalto, conforme consta no site da Polícia Militar em Mato Grosso do Sul.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

'Ganhei um irmão na dor', diz pai de jovem morto em roubo em MS (Postado por Lucas Pinheiro)

 Um dia depois da passeata que reuniu cerca de duas mil pessoas na avenida Afonso Pena, em Campo Grande, os pais dos universitários Leonardo Fernandes, 19 anos, e Breno Luigi Silvestrini de Araújo, 18 anos, voltaram a se encontrar nesta segunda-feira (3). Emocionados e abalados com a morte dos filhos, eles agradeceram a solidariedade dos amigos e a participação de vários jovens na manifestação.

“Ganhei um irmão na dor”, diz o engenheiro Rubens Silvestrini de Araújo. Os dois agradeceram o resultado da investigação policial, que prendeu cinco suspeitos pela morte dos universitários, mas dizem que o sistema Judiciário não será eficaz, já que, caso condenados, os criminosos podem cumprir parte da pena em liberdade, beneficiados com regime semiaberto. “As leis existem, mas não são cumpridas”, avalia Silvestrini.

 O empresário Paulo Fernandes lembrou o último dia em que esteve com Leonardo. Na quinta-feira (30), pediu para que o jovem buscasse o irmão mais novo, de 12 anos, na aula de inglês e, por isso, emprestou o carro da família. Depois que os filhos chegaram em casa, o empresário resolveu ir de moto para jogar tênis, pois já estava atrasado. Leonardo foi para o bar com o carro. “Era para o carro estar comigo, não com ele”.

Quando voltou, o empresário não encontrou Leonardo em casa. Por volta das 21 horas, começou a ligar no celular do filho. Foram 22 ligações. Mais tarde, a família foi avisada que o carro foi encontrado em Corumbá, a 444 quilômetros de Campo Grande.

Rubens Silvestrini disse que os filhos – Breno e duas irmãs – sempre reuniam os amigos em casa. O engenheiro contou que sempre ficava na sala com a mulher, vendo TV, enquanto os jovens ficavam na área de lazer. “Ficava tranquilo, porque eles estavam em casa, se divertindo e eu ficava cuidando”.

 Passeata
A manifestação no domingo (2) serviu de conforto para os dois. “Foi um movimento muito bonito, ainda mais por ter sido organizado por jovens”, diz Silvestrini, explicando que muitos que estavam na passeata não conheciam Breno e Leonardo, mas se comoveram com a situação das famílias. “Quem é pai, sabe a dor que é perder um filho”.

Paulo Fernandes diz que o filho gostava de poesia e mantinha um blog. “Ele sempre estava com uma caderneta para fazer anotações”, diz. Em homenagem, os amigos começaram a compartilhar um poema atribuído a Leonardo, escrito no dia 30 de abril de 2012, entitulado "Poema Lixo":

Tudo que você me falou
Se foi
Tudo que um dia já se pensou
Se foi
Tudo se foi
Todos os pensamentos são lixo
Depende de você
Depende de mim
Depende de tudo
Tudo
É o mundo
Tudo isso se desmente
E pra ti, é afronta
A peleja é longa
A batalha é sempre
Respostas há, mas sem chão
Nada é em vão
O mundo é dos que vão